O empate do Brasil em 1 a 1 contra a Tunísia na Decathlon Arena, em Lille, trouxe frustração para os torcedores, mas serenidade para o técnico Carlo Ancelotti.
Apesar das chances perdidas e de um desempenho que nunca funcionou totalmente, o técnico italiano disse que a partida foi mais um passo importante e insistiu que a equipe está “no caminho certo” rumo à Copa do Mundo de 2026.
A Tunísia, classificada muito abaixo do Brasil, absorveu a pressão durante a maior parte da partida, mas ainda assim conseguiu incomodar os brasileiros com contra-ataques e uma estrutura defensiva sólida.
O amistoso deveria ter sido uma partida fácil após a vitória do Brasil sobre o Senegal no início da semana, mas a resistência da Tunísia transformou-o em um teste mais difícil.
Tunísia abre o placar antes de Estêvão empatar
A Tunísia surpreendeu o Brasil aos 23 minutos, quando Hazem Mastouri finalizou um contra-ataque rápido, aproveitando uma rara falha na organização defensiva brasileira. O gol forçou o Brasil a aumentar o ritmo, mas quebrar o bloqueio baixo da Tunísia foi um desafio.
O Brasil empatou pouco antes do intervalo. Uma mão na área deu um pênalti à Seleção, e Estêvão, de 18 anos, cobrou com confiança. Sua finalização calma aumentou sua reputação crescente após marcar no amistoso contra o Senegal.
O segundo tempo trouxe mais pressão brasileira, mas também mais frustração. Lucas Paquetá sofreu um pênalti após ser derrubado, mas chutou por cima do travessão. A falha se tornou o ponto de virada da partida, já que a Tunísia se manteve firme até o apito final.
Ancelotti elogia mentalidade e progresso
Apesar das chances perdidas, Ancelotti se recusou a ver a partida como um revés. Em seus comentários pós-jogo, ele enfatizou que a formação defensiva profunda da Tunísia criou um quebra-cabeça difícil para seus atacantes.
“Estamos no caminho certo para atingir nosso melhor nível na Copa do Mundo”, disse Ancelotti. “A Tunísia defende com um bloqueio muito profundo, então é muito mais difícil encontrar aberturas nesse tipo de defesa.”
O Brasil terminou com mais de 20 chutes, mas apenas três deles foram no alvo, refletindo a necessidade contínua de um finalização mais precisa no terço final do campo. O técnico reconheceu o problema, mas destacou melhorias na estrutura, na construção das jogadas e na disciplina tática.
Problemas de finalização ainda assombram o Brasil
O empate também reacendeu as discussões sobre a dificuldade do Brasil em converter chances nas últimas partidas. Vinícius Júnior e Rodrygo pareciam animados, mas encontraram pouco espaço. A perda do pênalti por Paquetá intensificou as críticas dirigidas ao meio-campo, que tem carecido de consistência.
A contagem de gols esperados do Brasil mais uma vez superou em muito o placar real, reforçando o que Ancelotti tem repetido: a equipe precisa transformar o controle e a posse de bola em gols. O técnico, no entanto, enfatizou a paciência em vez do pânico.
Amistosos tornam-se parte do plano para a Copa do Mundo
Ancelotti destacou que esses amistosos agora são tratados como parte da fase de preparação do Brasil, e não apenas como exibições. A comissão técnica está usando-os para avaliar novas funções, refinar a estrutura de pressão e testar combinações de jogadores sob pressão.
Ele também fez comparações com a partida contra o Senegal no início da semana, chamando a Tunísia de “um adversário muito mais difícil taticamente” devido à sua formação compacta e disposição para atrapalhar o ritmo.
Olhando para a próxima fase dos preparativos
Os próximos jogos do Brasil continuarão a moldar seu roteiro para a Copa do Mundo de 2026. Ancelotti planeja rodar os jogadores, experimentar opções táticas e reforçar a força mental da equipe. Talentos mais jovens, como Estêvão, devem receber mais minutos, enquanto jogadores experientes devem oferecer consistência.
Por enquanto, o empate em Lille está longe de ser ideal, mas também está longe de ser alarmante. O Brasil criou chances, controlou a maior parte da partida e criou uma oportunidade de aprendizado em um ambiente tenso.
A mensagem de Ancelotti após o jogo foi clara: o progresso está acontecendo, mesmo que os resultados nem sempre mostrem isso. E, a sete meses da Copa do Mundo, ele acredita que o caminho do Brasil está indo na direção certa, um passo cuidadoso de cada vez.
